Pirates Outlaws acerta ao combinar “roguelike” e “deck building” – Review

Pirates Outlaws mescla gêneros distintos e similares da sua maneira, assim propondo uma experiência diferenciada e divertida.

Tempo de leitura: 4 minutos


Pirates Outlaws é um jogo de cartas que combina “roguelike” e “deck building”, dois gêneros distintos e similares da sua maneira, o resultado é diferenciado, funcional e divertido.

Sobre piratas fora da lei se enfrentando nos mares, a temática é um dos grandes atrativos do jogo. Você é um pirata em ascensão navegando pelos mares fazendo descobertas, combatendo os mais diversos inimigos, e assim tornando seu nome temido.

Se tem algo que Pirates Outlaws não deixa a desejar, é na quantidade de conteúdo. Modos de jogo são 3, e cada um tem particularidades bem interessantes. O modo principal, que é o de Navegação, é a cereja do bolo, onde você começa sua expedição pirata. Além disso há os modos arena e briga de taberna. No modo Arena você é colocado contra fortes inimigos, enquanto no modo Briga de Taberna você testa sua força e conhecimento.

Sobre a modalidade de Navegação, é muito provável que a maior parte do seu tempo seja dedicada a ela. Em Navegação você faz a sua história como pirata, movimentando boa parte dos aspectos de progressão do jogo. O modo funciona através de trajetos pequenos de uma ilha para outra, cada vez que você sai de uma ilha, uma ou mais ilhas poderão ser seu próximo destino, proporcionando uma sensação de liberdade, afinal você realmente conduz sua aventura pelos mares.

Navegando em águas desconhecidas – Screenshot: Nintendo Switch/Joguindie

A cada ilha “visitada”, piratas ou foras da lei vão comprar briga com você. Boa parte da diversão do jogo enquanto você estiver no modo de navegação está nessas batalhas travadas ilha após ilhas. As batalhas se fazem com a utilização de cartas, já que Pirates Outlaws é sobre cartas, então suas ações dependem da carta escolhida. Existe um conceito muito bem elaborado por trás do funcionamento das cartas do jogo, facilitando o entendimento de tantas características distribuídas em cada uma delas.

As batalhas do jogo são incrivelmente simples e rápidas, não há delongas, se você entende a ação da carta que está jogando, é isso, o resultado da investida é instantâneo. Essa dinâmica acelerada evita que você faça escolhas de cartas no automático só para desenrolar a batalha rapidamente.

As cartas do jogo são em sua maioria pensadas para ataque e defesa. Imagine que todo bom capitão pirata carrega uma arma em sua cintura, logo se o seu personagem está apto para usar uma arma, será através de um carta de arma. Os números determinam a força, simples assim, e o mesmo vale para a defesa. Mas nem só de força as cartas se sustentam, possuindo uma diversidade generosa de características únicas, o que consequentemente torna o jogo mais estratégico.

As cartas foram dadas, agora é partir para cima dos inimigos com elas – Screenshot: Nintendo Switch/Joguindie

Apesar de ser um jogo simples de jogar, é essencial pensar bem sobre as cartas que estão sendo utilizadas no turno, obviamente dentro das possibilidades, pois deixar de derrubar um inimigo forte por conta de uma jogada mal otimizada pode custar caro em pontos de vida, levando seu herói rapidamente para a morte. Equilibrar durante os turnos “corretos” os momentos de defensiva e ofensiva se mostrou efetivo na hora de lidar com inimigos mais complicados, embora esse equilíbrio tenha custado um tempo maior de jogo, mas aí são estratégias individuais, não existe uma verdade aqui.

Seu baralho é construído ao decorrer da aventura, quando você começa uma, seu baralho é o básico do herói escolhido, contendo geralmente cartas essenciais para desenrolar o jogo, não demora muito para você adquirir ou ganhar novas cartas, e cada nova carta reserva mudanças no seu baralho que impactam o desenrolar das suas batalhas.

A construção de baralho é uma peça chave para a progressão no jogo, procurar encaixar as melhores cartas ao seu baralho, criar boa sinergia entre elas, e saber quais de fato fazem sentido estar presente, são algumas das características legais desse gênero de jogo. Quando você se der conta, se apegou ao seu baralho, e cogitar perdê-lo será difícil de imaginar, mas como o jogo também é um roguelike, isso é inevitável, cedo ou tarde o seu baralho será perdido.

Há uma quantidade muito expressiva de cartas disponíveis, diminuindo as chances de encontrar uma carta já encontrada em uma navegação anterior. Cada Navegação realmente é diferenciada, muito devido a diversidade de cartas, mas também pelas descobertas dependendo do caminho escolhido, variedade de inimigos, melhoria de cartas do baralho, relíquias, e demais aditivos desse jogo. Volto a dizer: conteúdo é algo que esse jogo tem de sobra.

Cada herói possui habilidades próprias e cartas iniciais – Screenshot: Nintendo Switch/Joguindie

Pirates Outlaws tem me divertido de um jeito que eu não esperava, no começo imaginei que a simplicidade fosse se rebelar problemática, mas acabou se provando um fator positivo determinante. Quanto mais eu jogo, mais eu quero jogar. É o tipo de jogo descomplicado que casa bem em qualquer ocasião, quando você pensa que vai jogar um pouquinho, despretensiosamente acaba jogando um poucão.

A cópia do jogo utilizada para essa review foi generosamente disponibilizada pela assessoria de imprensa da BlitWorks Games, distribuidora do jogo, a qual agradeço pela confiança.


Publicado

em

por