Pouco sei sobre jogos feitos pela Bethesda, e apesar de ter tentado jogar alguns dos seus títulos mais conhecidos como Fallout e Skyrim, nenhum deles me pegou no momento de vida em que tentei jogá-los. Entrei em Starfield sem o conhecimento prévio para poder compará-lo com qualquer outro título da desenvolvedora, e adianto que estou bem contente com isso, pois tudo que foi apresentado para mim nesse jogo é novidade, inclusive por conta disso não posso comparar as qualidades e defeitos do Starfield considerando títulos anteriores da Bethesda, portanto a minha experiência com o jogo é como a de estar jogando o seu primeiro título.
Starfield começa como um jogo supostamente de mineração, durante a exploração de uma mina, você conversa com as pessoas de lá, também acaba contribuindo com a mineração, mas não demora muito para acontecer algo peculiar com você. Quando você acorda, depois de algumas palavras sobre o ocorrido, é a hora de definir quem você é para a Argos Extractors, empresa de mineração do jogo. Você poderá ser esculpido através da tela de criação de personagem do jogo, caprichada de possibilidades para deixar seu personagem do jeito que preferir.
A sua vida no jogo é movimentada de tamanha maneira que logo você está fazendo dobras pelo espaço com a sua recém “conquistada” nave espacial. No mundo do Starfield você é um verdadeiro espírito livre, podendo traçar o caminho que desejar. O jogo tem uma estrutura muito simples: faça da sua maneira ou da maneira indicada. Há incontáveis coisas para fazer, aquilo que vale a pena é muito individual. Starfield não tem manual de instruções, e assim como a nossa vida, você deverá aprender vivendo.
Atualmente em Starfield sou um solitário “space cowboy” vivendo um dia de cada vez. Tem dias que estou viajando por algum planeta a procura de descobertas sobre o universo, outros estou tocando os “negócios” se envolvendo com coisas erradas só para garantir uma vida mais confortável, ou simplesmente ajudando meus companheiros da Constelação, como manda o roteiro. Starfield proporciona a você a sensação de estar no comando da própria vida através do seu próprio conceito de liberdade.
A enorme galáxia aberta do jogo reserva muitos planetas para serem visitados, e cada um deles de algum modo, tem algo para compartilhar com você. Você não é livre criativamente como em jogos do tipo sandbox, a liberdade é dada perante o que já foi estabelecido, então, por exemplo, quando você chega em um planeta que possui as próprias regras, fica a seu critério respeitá-las. Em diversos planetas um tipo de droga é proibida, mas você pode comercializá-la para tentar fazer dinheiro, seja pelo luxo ou necessidade, agora será que vale a pena se envolver com isso e se tornar um fora da lei? Tamanha decisão só diz respeito a você.
Durante sua exploração, você contará com equipamentos de sobrevivência como a própria roupa espacial, armas variadas, e até uma mochila propulsora. O universo é desconhecido, e estar preparado com bons equipamentos pode polpá-lo de algumas descobertas perigosas. Quanto mais fundo você explora o universo do Starfield, mais é contagiado pelos seus detalhes, tanto dos menores quanto dos maiores, é perceptível a preocupação da desenvolvedora em tornar seu tempo de jogo profundo e verdadeiro. As vezes um simples objeto “colocado no bolso” pode revelar detalhes importantes que você não fazia ideia.
O conceito de exploração em Starfield geralmente é caracterizado pelos seus pequenos detalhes, mas sem necessariamente se comprometer a recompensá-lo por ir até os confins de um planeta, por exemplo. O sentido de explorar é amplo, considerando como funciona em Starfield, talvez sua significância não esteja no ato de explorar até ser recompensado com algo para “chamar de seu”, mas na descoberta… quem sabe, de um buraco negro.
Sabe quando você começa a colocar o papo em dia com um amigo, e aí quando se dar conta, passaram horas… As suas horas em Starfield criam histórias que logo poderão ser compartilhadas, inclusive entre o mesmo amigo que você costuma colocar a conversa em dia, caso ele esteja jogando, assim como você, garanto que ambos terão boas histórias para compartilhar. Se você mergulhar de “corpo e alma” nos diálogos desse jogo, não vai se arrepender. Aconteceram coisas tão marcantes e divertidas enquanto interagia com habitantes espalhados pelos planetas que sempre lembrarei com sorriso no rosto quando estiver falando do Starfield… — lembro de ser inconveniente e fazer a minha parceira pausar a série que ela estava assistindo várias vezes, só para compartilhar as presepadas que eu havia se metido.
Estou com mais de 20 horas de jogo, cada vez mais ansioso pelas descobertas e o desenrolar dessa minha grandiosa aventura. Tenho jogando no meu ritmo, apreciando cuidadosamente tudo que há de melhor em Starfield. Estou tendo uma das experiências mais marcantes em um vídeo game.
Agora com a sua licença, deixa eu voltar para a minha suposta vida de “Space Cowboy“. Volto depois para contar mais dessa aventura que está só começando. 😉
A cópia do jogo que possibilitou essa experiência foi generosamente disponibilizada pela assessoria de imprensa da Bethesda, desenvolvedora e distribuidora do jogo, a qual agradeço pela confiança.