O quão marcante tem sido jogar Ni No Kuni: Wrath of the White Witch

Jogar Ni No Kuni tem sido uma experiência e tanto para mim. O jogo esbanja carisma, mescla gêneros muito bem, tem participação do consagrado Studio Ghibli… tanta coisa legal reunida tem me proporcionado diversão sem hora para acabar.

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Quando Ni No Kuni foi lançado para Nintendo DS apenas no Japão em 2010, fiquei encantado com tamanho esmero que o jogo demonstrava através do material de divulgação da época. Ni No Kuni era um novo título da renomada Level-5 com animações belíssimas do Studio Ghibli, trilha sonora marcante de autoria do lendário Joe Hisaishi, então todas as sementes estavam plantadas para o jogo ser um JRPG de guardar no coração.

A versão de PS3 de Ni No Kuni chegou em 2011, e como eu não tive esse console da Sony, infelizmente não foi dessa vez. Em 2019 o jogo chegou para mais plataformas, porém mais uma vez não joguei, e olha que em 2018 joguei o Ni No Kuni II, mas embora tenha gostado, não fui muito adiante no jogo.

Oliver e seus amigos – Screenshot: Switch/Joguindie

Treze anos depois, finalmente chegou o meu momento com Ni No Kuni, e que jogo mais amável. Quando comecei a jogar Ni No Kuni, não sabia o que esperar exatamente do jogo, havia consumido material promocional dele, mas não tinha ido muito além vendo gameplays, por exemplo, então quando comecei a jogar, cada detalhe do jogo foi sendo revelado para mim como uma verdadeira surpresa.

As minhas primeiras horas de Ni No Kuni foram lentas e confusas, fui apresentado lentamente ao mundo do jogo, e durante algum tempo senti como se não estivesse avançando, porém era perceptível que as coisas estavam sendo introduzidas no seu tempo, o que ao decorrer da minha jogatina, foi se confirmando cada vez mais.

No começo, uma das coisas mais confusas de Ni No Kuni para mim foi o sistema de combates, o mesmo parecia repleto de responsabilidades e difícil de lidar quando as coisas estavam pegando fogo. O jogo tem um sistema de combate ativo com elementos de combate por turno, e além de ser estranho, é complicado de entender em um primeiro momento, especialmente porque no começo pouco sobre os conceitos do jogo foram revelados. Depois de algum tempo, o sistema continua sendo o que é, mas consegue prova o seu valor, e a diversão é garantida.

O combate – Screenshot: Switch/Joguindie

O conceito de transitar entre personagens e seus familiares (criaturas) durante os combates acaba sendo muito interessante para traçar estratégias, já que a transição entre possibilidades costuma pausar a ação do combate. Como os combates são em tempo real, alguma ação precisa ser feita, seja ela andar de lá para cá para se defender ou contra-atacar, caso contrário é morte certa.

Apesar de Ni No Kuni ser um Pokémon-like, o jogo aposta nas sua próprias ideias, e faz isso muito bem. As criaturas, em Ni No Kuni são conhecidas como familiares, e costumam ter um design cheio de personalidade, tanto que foi difícil deixar a estética de lado para priorizar os atributos. Algo bem legal que percebi testando familiares é que uma boa quantidade deles tem atributos equilibrados, e poucos de fato são quebrados, inclusive estou jogando com a maioria dos que escolhi no começo do jogo mesmo próximo do endgame, porque seus atributos tem demonstrado potencial até agora.

O fator colecionismo as vezes fala alto, mas tento me controlar, afinal um pouco mais de 300 familiares podem ser domesticados, e por mais que dê uma vontade danada de tentar domesticá-los, por enquanto prefiro não mergulhar tão fundo no colecionismo.

Arte conceitual de familiares do jogo – Imagem: Google Images/Fonte não identificada

Ni No Kuni não é um jogo amigável, apesar de visualmente convidativo, há muito o que ser feito, especialmente para conseguir avançar, já que a dificuldade do jogo não dar moleza. Sabe grinding? É determinante, e sem ele você não vai conseguir ir muito longe no jogo. Confesso que tenho um pouco de preguiça de grinding, mas gostei tanto dos combates e das recompensas oferecidas em troca de atos repetitivos que não me incomodei em fazê-los.

As missões principais e secundárias mantiveram padrões de repetição, mas suas recompensas foram cada vez melhores, então não foi algo que me incomodou. Fazer as missões secundárias foi divertido mesmo quando era apenas para restaurar o coração de algum NPC, e suas recompensas ajudaram demais na minha progressão, enquanto as missões principais entregaram mais da estória e abriram caminho para novas aventuras.

Ni No Kuni proporciona muitos momentos memoráveis através do desenrolar da sua linda estória, combates envolventes, e tantas outras coisas… Algo simples, mas marcante para mim, foi a primeira vez que andei de barquinho, além de tornar a exploração do mundo do jogo mais divertida, a sutileza dessa mecânica é admirável. Gosto de dizer que jogar Ni No Kuni é como ser presenteado com doses homeopáticas de boas sensações.

O primeiro passeio de barquinho a gente nunca esquece – Screenshot: Switch/Joguindie

A participação do Studio Ghibli está presente em muitos aspectos visuais, sonoros, e narrativos, mas não espere pela constante participação do estúdio, o jogo é idealizado e produzido pela Level-5.

Ni No Kuni é um jogo mágico, estou com mais de 50 horas de jogo, e felizão. As crescentes descobertas, e a constante sensação de aventura fazem cada momento de jogatina valer a pena. Realmente não esperava ser tão contagiado por Ni No Kuni, quando me interessei pelo jogo lá atrás, era por causa da participação do meu estúdio de animação favorito da vida, mas depois de um tempo jogando, percebi que todos os envolvidos no seu desenvolvimento estavam comprometidos em entregar uma experiência memorável.

Agora deixa eu voltar para o meu Ni No Kuni, ainda há muito o que explorar.


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