Quando lançado, em 2021, Greak: Memories of Azur foi um jogo que joguei por alguns poucos minutos e abandonei. Na época não tive nenhuma motivação negativa relacionada ao jogo em si, apenas não era o jogo que eu estava disposto a jogar naquele momento, quando me dei conta, já haviam passado anos.
Navegando pela internet da vida, vendo assuntos de vídeo game, Greak: Memories of Azur cruzou meu caminho novamente, veio a lembrança de sua existência em minha biblioteca do Nintendo Switch, e senti que era um jogo que gostaria de jogar agora.
Greak: Memories of Azur é uma aventura sobre três irmãos: Greak, Adara e Raydel. O jogo se passa em Azur, uma terra que vem sendo dominada pelos inconvenientes Urlags. É um cenário de guerra territorial, e os irmãos estão separados, tentando se reencontrarem antes que Azur seja completamente tomada. O ponto de entrada na história do jogo é esse, mas a mesma tem um desenrolar interessante através dos habitantes de Azur e seus livros históricos espalhados.
O jogo tem uma característica imposta na jogabilidade um tanto desafiadora, ao encontrar outro irmão, ele se torna um personagem jogável. Em uma situação onde Greak e Adara estejam reunidos, você deve guiar ambos, e cada um deles tem suas peculiaridades. Enquanto Greak é um guerreiro de ataques corpo a corpo, Adara é uma maga, e como tal, defere ataques à distância.
Dar ao jogador o controle de múltiplos personagens é um feito perigoso, pois altera significativamente o ritmo da jogabilidade. Confesso ser o tipo de jogador que não aprecia esse tipo de “possibilidade”, gosto de focar apenas em um único personagem , quando comecei a jogar Greak: Memories of Azur fiquei realmente confuso. A jogabilidade acabou não me agradando tanto, mas em nenhum momento me senti desmotivado a continuar jogando. Apesar da jogabilidade diferenciada, o jogo sabe da complexidade estabelecida, e procura intuitivamente desembaralhar na sua cabeça a confusão causada pela multiplicidade de personagens. Depois de um tempo, você entende as nuances e acaba curtindo a engenhosidade por trás.
O jogo tem um combate ágil, mas é simplório, talvez pela multiplicidade de personagens… embora exista uma boa quantidade de inimigos por todos os lados, eles não são um desafio, o nível de dificuldade ficou atrelado à jogabilidade diferenciada. Derrubar um chefe em conjunto acaba se tornando mais difícil quando temos que gerenciar a defesa e ataque de cada personagem sob nosso controle, e é justamente aí que tá a dificuldade, pois o chefes não vão “cobrar” de você investidas expressivas.
A jogabilidade baseada em múltiplos personagens é explorada de fato, nos cenários. Os cenários tem sua construção projetada para funcionar de acordo com a interação dos personagens. Imagine os cenários do jogo como puzzles, seus personagens juntos devem solucionar os problemas apresentados para avançar. A exploração dos cenários do jogo é bastante divertida, cada um tem suas particularidades, e resolver seus obstáculos é desafiador e instigante.
Greak: Memories of Azur é um jogo criativo dentro da sua simplicidade, capaz de transportar você para uma atmosfera agradável, mesmo contaminada por seres indesejados. A beleza do jogo contribui para uma experiência contemplativa, cada trechinho teve sua concepção à mão, um trabalho impressionante. Tenho ressalvas quanto à jogabilidade, mas é agradável jogar Greak: Memories of Azur, quando enfim, sobe os créditos, bate uma saudade dos meninos…