Ruffy and the Riverside é um jogo de plataforma 3D charmoso, mas… – Review

Ruffy and the Riverside propõe uma aventura simpática com ideias criativas, mas que foca mais em resolução de puzzles do que desafios de plataforma.


Tem jogos que ganham você no carisma, e Ruffy and the Riverside é um deles. Colorido, simpático e com uma pegada de plataforma 3D clássica, o jogo aposta em uma mecânica diferenciada e resolução de puzzles.

No jogo, você controla Ruffy, um ursinho de capuz verde, acompanhado pela simpática abelhinha Pip. Diferente de muitos jogos de plataforma, aqui há uma história sendo contada por meio de diálogos frequentes com os personagens do mundo de Riverside. Um belo dia Riverside foi contaminada, e Ruffy acaba se envolvendo nos eventos. Seu objetivo principal é coletar as letras da palavra Riverside para restaurar o mundo da devastação. Pelo caminho, você vai recebendo missões que envolvem exploração e resolução de puzzles. Apesar de serem variadas na proposta, elas seguem um loop repetitivo e raramente surpreendem.

E agora Pip? – Screenshot: Xbox Series S/Joguindie

Eu achei a história legal, de verdade, mas chega uma hora em que os personagens falam demais, especialmente considerando que o contexto do jogo é bem simples. Depois de algumas horas, comecei a ignorar boa parte dos diálogos, porque simplesmente não sentia que o que estava sendo contado era assim tão interessante.

A jogabilidade segue a fórmula clássica do gênero: movimentação básica, pulos e a habilidade de planar com a ajuda da Pip. A grande sacada do jogo é a mecânica de texturas, que à primeira vista parece meio confusa, principalmente por conta de algumas limitações no fluxo de ações. Ainda assim, os desafios tendem a fazer sentido e evitam soluções “fora da caixa” que quebrariam a lógica do jogo.

Um mundo vasto para explorar. – Screenshot: Xbox Series S/Joguindie

Essa mecânica funciona assim: você pode mirar em um objeto do cenário e copiar sua textura, depois aplicar essa textura em outro local. Por exemplo: encontra um lago, acha que ele deveria estar congelado, então copia uma textura gelada de outro lugar e aplica no lago, assim congelando o lago. É uma ideia bem criativa, sem dúvidas.

O problema é que, ao longo do jogo, essa mecânica começa a cair na repetição. As opções de texturas e interações são limitadas, então você acaba fazendo as mesmas cópias e colagens várias vezes. Além disso, em alguns momentos, parece que você precisa entrar na cabeça dos desenvolvedores para resolver certos puzzles, sendo necessário usar exatamente a textura que eles imaginaram, o que tira um pouco da graça e da liberdade criativa.

Agora vai! – Screenshot: Xbox Series S/Joguindie

O jogo tem poucos desafios de plataforma, focando muito mais nos puzzles, o que não me agradou tanto. Acredito que com o mundo criativo que o jogo apresenta, dava para explorar muito melhor a parte de plataforma. Os puzzles, no geral, são simples, mas quando tentam ser mais complexos acabam soando mais confusos do que interessantes.

Quem curte coletar coisas (como eu), vai encontrar bastante conteúdo, com uma boa variedade de itens, mas nada exagerado, o que é ótimo. Mas, infelizmente, depois de um tempo, os coletáveis deixaram de me motivar, e acabei deixando eles de lado.

O jogo também conta com alguns minigames que tentam trazer variedade ao ritmo da jogatina. São atividades simples, que vão desde desafios de precisão até pequenas interações com o cenário, como as corridas de feno e pintura de texturas. No desenrolar da aventura você vai precisar lidar com alguns desses minigames para avançar, e bem… pode ser frustrante.

Ruffy and the Riverside – Screenshot: Xbox Series S/Joguindie

Ruffy and the Riverside poderia ter apostado mais nos desafios de plataforma e bem menos em puzzles. Ainda assim, é um jogo agradável, charmoso e divertido de jogar. Tive bons momentos com ele, mas não consegui me conectar, infelizmente.

Mais detalhes da minha experiência com o jogo estão no Joguindie Journal.

A cópia do jogo utilizada para essa review foi generosamente disponibilizada pela assessoria de imprensa da Phiphen Games, distribuidora do jogo, a qual agradeço pela confiança.


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