Monster Hunter Wilds chegou com a promessa de ser um dos jogos mais acessíveis da série, e isso me deixou muito empolgado. Já havia tentado jogar Monster Hunter Rise no Nintendo Switch, mas acabei não entendendo bem os conceitos fundamentais e desisti logo no início. Simplesmente não me agradou naquele momento, e optei por deixar para outra ocasião.
Desde os primeiros materiais de divulgação, Monster Hunter Wilds já parecia promissor. Seu visual me chamou mais atenção do que os títulos anteriores, e o conceito das caçadas demonstrou ter um apelo mais impactante. Foi aí que decidi que era o momento certo para me tornar um caçador de criaturas.
Superando a falta de experiência

Sem experiência prévia na franquia, comecei o jogo sem saber praticamente nada. Para minha surpresa, Monster Hunter Wilds conseguiu me guiar de forma natural por esse árduo caminho de aprendizado. Nas primeiras horas, o jogo me situou muito bem sobre sua proposta, de um jeito surpreendentemente amigável. Tanto que, quando me dei conta, já estava enfrentando criaturas sem parecer um completo amador (embora, na realidade, eu ainda fosse — e, de certo modo, ainda sou).
O jogo é repleto de informações, tanto na tela, por meio do HUD, quanto além dela. No início, essa quantidade de coisas foi um pouco assustadora para mim, pois muita coisa parecia mal explicada, mesmo com as orientações disponíveis. Lembro de ter passado um bom tempo tentando entender como acessar e organizar meus itens — algo que, aliás, se mostrou essencial para minha vida de caçador. Justamente por isso, acredito que o jogo ofereça tantas possibilidades de personalização nesse aspecto.
Dito isso, Monster Hunter Wilds não pega sua mão o tempo todo. Ele te direciona, e faz isso de maneira orgânica. Logo no começo, há pequenos questionários que ajudam a entender seu estilo de jogo e sugerem a melhor arma para você. No meu caso, a sugestão foi a Insect Glaive, e acabei me apegando a ela. Com o tempo, fui me acostumando à quantidade de informações e, aos poucos, tudo se tornou mais intuitivo. Hoje, quando olho para trás e vejo o quanto evoluí desde as primeiras horas, sinto até um certo orgulho. O próprio jogo conta com explicação para tudo, a dica é acessar os menus e procurar pelos guias disponíveis, eles são bem diretos e esclarecedores.
Personalização e estratégia

Diria que Monster Hunter Wilds consegue atender a todos os estilos de jogo, graças à sua enorme variedade de armas. Cada uma oferece uma experiência única, desde opções mais ágeis e técnicas até armamentos pesados e destrutivos. O melhor é que o jogo permite que você tenha duas armas principais e as alterne conforme a necessidade, adaptando-se melhor a diferentes desafios. Na verdade, todas estão disponíveis para serem testadas a qualquer momento, incentivando a experimentação sem grandes restrições. No meu caso, por ser um jogador mais conservador com esse tipo de variedade, ainda não me aventurei muito além das minhas escolhas iniciais. No entanto, a profundidade do sistema de armas é algo que me faz considerar testar novas opções no futuro, especialmente conforme contra monstros mais desafiadores.
Monster Hunter Wilds é um jogo sobre caçar monstros — e tudo gira em torno dessas caçadas. A história é interessante, mas, pelo menos para mim, não foi o maior atrativo. Você se envolve em uma sequência de eventos desencadeados pelas decisões da sua guilda de caçadores, e basicamente é isso. Há camadas na narrativa, e boa parte dos personagens são cativantes, mas a história funciona mais como um pano de fundo para a verdadeira essência do jogo. E, nesse sentido, ela se encaixa perfeitamente na proposta: cada acontecimento leva a novas caçadas – e isso é ótimo, porque o jogo sabe exatamente o que quer ser.
Você é um caçador de criaturas “criado” por você. A personalização é bem detalhada e permite ajustar: rosto, cabelo, voz, pintura facial e até cicatrizes. Seu parceiro fiel, o Palico, também pode ser modificado, desde a pelagem até os olhos, o que adiciona um toque ainda mais pessoal à sua jornada. Pessoalmente, acho interessante ter essas opções, mas sou o tipo de jogador que, se deixar, passa horas mexendo nos detalhes. Felizmente, a personalização não é excessivamente complexa — você começa com um modelo base e pode fazer ajustes dentro dessas opções, o que torna o processo bem mais rápido sem perder a variedade e a liberdade criativa.
O propósito do caçador

As missões são bem variadas, mas no fim das contas, tudo gira em torno da caça. As principais são as caçadas, onde você rastreia e enfrenta monstros, podendo ser um só ou vários, dependendo da situação. Existem também as missões de captura, que exigem enfraquecer a criatura antes de prendê-la com armadilhas, além das missões de coleta, focadas em reunir recursos espalhados pelo mapa. Já as missões de escolta ou defesa colocam você protegendo NPCs ou estruturas contra ataques de monstros. Para quem gosta de desafios, há ainda batalhas contra variantes mais poderosas, exigindo estratégias bem elaboradas.
Optei por focar nas missões principais, já que são o verdadeiro destaque do jogo e trazem os combates mais divertidos. Ao mesmo tempo, também me dediquei às missões secundárias, mas com um propósito mais estratégico: farmar os materiais das criaturas e garantir um fluxo constante de recursos para produzir e aprimorar meus equipamentos. Esse equilíbrio entre progresso na história e coleta de materiais me permitiu evoluir sem ficar preso a grinding excessivo, tornando a experiência mais dinâmica e recompensadora para mim.
A vida de um caçador

Sobre a jogabilidade de Monster Hunter Wilds, a mesma é focada em combate estratégico e exploração, com uma mecânica de caçada onde cada monstro exige uma abordagem própria. Você começa rastreando a criatura, observando seus padrões e fraquezas, e então entra em combate usando uma das armas escolhida, dependendo da arma ela terá um estilo de ataque distinto, seja de longa distância, corpo a corpo ou de suporte. No meu caso, a Insect Glaive é uma arma focada no confronto corpo a corpo, e muito ágil, talvez só não seja mais acessível por conta da mecânica dos insetos, que é algo um tanto confuso no começo, já que dependendo da sua extração, modificam as características da arma.
Quanto as armas e armaduras, a liberdade é enorme. Você pode escolher entre diversas armas, cada uma com estilos de jogo bem diferentes, além de melhorar e modificar equipamentos para se encaixarem no seu estilo de jogo. Tem também a personalização visual, que permite mudar a aparência sem alterar os status. Monter Hunter Wilds sabe como oferecer possibilidades, permitindo que você experimente diferentes combinações e estratégias para encontrar a que melhor para você.
Caçando monstros

A movimentação do caçador em Monster Hunter Wilds é moldada pela arma escolhida, o que torna cada estilo de combate único e exige adaptação constante. Com a Insect Glaive, por exemplo, a fluidez e agilidade são as grandes vantagens, permitindo que você esquive rapidamente, salte para o ar e execute ataques aéreos, além de reposicionar-se estrategicamente durante o combate. No entanto, essa mecânica é específica da Insect Glaive; as demais armas possuem características completamente diferentes, exigindo outros tipos de movimentos e estratégias. Essa variedade cria uma sensação de dinamismo, permitindo explorar ao máximo a verticalidade do cenário e desenvolver novas táticas. Porém, tudo tem seu custo: a gestão da stamina e dos recursos de cura é essencial. Se você não estiver atento a esses detalhes, poderá rapidamente se ver em apuros, especialmente contra criaturas que não oferecem muitas brechas para descanso. O jogo exige vigilância constante sobre sua energia e itens, transformando cada combate em uma verdadeira prova de habilidade e estratégia, onde algumas falhas podem significar o fim da linha para você.
As caçadas em Monster Hunter Wilds, desde as mais simples até as mais desafiadoras, são um verdadeiro espetáculo. Cada monstro tem um comportamento único, e você precisa entender como funciona o seu padrão de ataque e fraquezas para ser realmente eficaz no combate. No começo, demorei um pouco para sacar as fraquezas dos monstros e como tirar vantagem disso. Em alguns confrontos, levei uma boa surra, sem dúvidas. Mas, à medida que fui entendendo melhor as mecânicas e os padrões de cada criatura, passei a encarar os combates de uma forma mais estratégica, deixando de lado aquela ideia de apertar os botões e esperar que tudo se resolva. Não é todo monstro que vai te dar a chance de fazer as melhores jogadas, mas eles sempre têm seus padrões. Quando você começa a entender suas brechas, consegue planejar suas ações de forma mais eficiente, o que, consequentemente, torna o confronto mais estratégico, algo que Monster Hunter Wilds valoriza bastante.

Com o tempo, você começa a perceber o ciclo do jogo, onde cada caçada segue uma fórmula similar. No entanto, isso não é um demérito; pelo contrário, acredito que seja uma forma de tornar o jogo mais convidativo conforme você ganha experiência. À medida que avança, você passa a entender melhor o fluxo das caçadas, o que te permite se preparar cada vez mais para os combates, tornando cada confronto mais gratificante e desafiador de uma maneira progressiva.
Bater nas criaturas em Monster Hunter Wilds traz uma sensação extremamente satisfatória, o que prova que esse conceito foi muito bem pensado. A cada combo bem executado, você recebe uma verdadeira dose de dopamina, e quando percebe, já se passaram mais de 30 minutos em uma única caçada. Talvez agora eu entenda melhor a razão pela qual tantas pessoas são apaixonadas pela série Monster Hunter. Depois de Monster Hunter Wilds, posso dizer com certeza que estou empolgado para explorar os jogos anteriores e viver mais dessas caçadas.
O mundo vivo de Monster Hunter Wilds

Monster Hunter Wilds apresenta um mundo verdadeiramente vibrante e repleto de detalhes, onde as criaturas parecem ter vida própria. Elas não são apenas elementos do cenário, mas interagem entre si, criando um ecossistema dinâmico e realista.
Existem interações entre as criaturas que podem ser aproveitadas a seu favor, seja atraindo um monstro para enfrentar outro ou manipulando o terreno de maneiras criativas, o que adiciona uma camada extra de estratégia. Além disso, os diferentes ambientes do jogo — como florestas densas, desertos escaldantes ou regiões geladas — não apenas oferecem uma variedade de desafios visuais, mas também influenciam diretamente as suas caçadas. O calor, o frio, o vento e outros elementos naturais afetam tanto o comportamento das criaturas quanto a sua própria sobrevivência. Esse ciclo dinâmico de caça, confronto e adaptação ao ambiente torna o mundo de Monster Hunter Wilds ainda mais imersivo, transformando cada caçada não só em um combate direto com os monstros, mas também em uma interação profunda com o ecossistema do jogo, onde os elementos naturais e as criaturas se entrelaçam para criar uma experiência única e desafiadora a cada caçada.
As paisagens são incríveis, desde vastas planícies até florestas densas, e os monstros são incrivelmente bem modelados, com animações que tornam seus movimentos realistas e ameaçadores. A trilha sonora também se destaca, com músicas que realmente capturam a tensão e a grandiosidade das caçadas, criando uma atmosfera imersiva e envolvente. E os sons, ah, os sons! Cada rugido de monstro, o clangor das armas e os passos pesados no terreno são tão bem feitos que você sente como se estivesse dentro do jogo, o que torna cada batalha ainda mais intensa. A combinação de tudo isso faz com que as suas caçadas fiquem guardadas na memória.
Quem acompanha o blog sabe que não sou exatamente fã de multiplayer, e Monster Hunter Wilds é um jogo que tem uma forte ênfase nesse aspecto, incentivando as caçadas em grupo de maneira significativa. Até agora, tenho imaginado o quanto essa experiência deve ser incrível, já que jogar com amigos pode trazer uma dinâmica bem diferente, cheia de estratégias e cooperação. No entanto, não tive a oportunidade de explorar esse lado do jogo, principalmente porque, pessoalmente, não me sinto atraído por multiplayer, por mais que reconheça o quanto ele pode enriquecer a experiência. Quem sabe um dia eu decida testar o modo multiplayer. Caso isso aconteça, volto para te contar como foi.

Monster Hunter Wilds me proporcionou uma experiência profundamente imersiva, repleta de desafios e aprendizados – e, para ser sincero, foram muitos. No início, eu estava completamente perdido, mesmo com toda a ajuda do jogo, sem entender direito as mecânicas. Porém, à medida que fui me aprofundando, o jogo começou a me conquistar de verdade. A jogabilidade estratégica, a diversidade de monstros e a atenção aos detalhes do mundo me prenderam de tal forma que cada caçada se transformou em uma experiência única e gratificante. Essa jornada com Wilds foi incrivelmente marcante, especialmente por ser o primeiro Monster Hunter que jogo de verdade, e posso afirmar que ela ficará comigo por um bom tempo, mantendo viva a vontade de continuar explorando e desbravando esse universo fascinante.
A cópia do jogo utilizada para essa review foi generosamente disponibilizada pela assessoria de imprensa da CAPCOM, desenvolvedora e distribuidora do jogo, a qual agradeço pela confiança.