O que eu achei do filme do Tetris

Compartilho da minha opinião sobre o filme do Tetris, um dos jogos mais famosos da história dos vídeo games.

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Tetris dispensa comentários, é um jogo mundialmente popular, e acredito que todo mundo, em algum momento da vida, jogou, viu ou ouviu falar. A história por trás da distribuição de Tetris é repleta de acontecimentos difíceis de imaginar, se tratando de um jogo do tipo. Tetris, o filme, conta a história de Henk Rogers, designer de jogos, mas também um empresário, lutando pelos direitos de distribuição de Tetris nos consoles da Nintendo.

O filme, através da perspectiva do personagem Henk, contextualiza o cenário de guerra fria das negociações dos direitos de Tetris. Era 1988 para ser mais preciso, e Tetris já havia sido “lançado” há 4 anos atrás por seu criado, Alexey Pajitnov. Henk estava tentando garantir os direitos de lançamento do jogo para o Game Boy. Embora negociações do tipo sejam “amigáveis” nos dias de hoje, naquela época, uma negociação como a dos direitos de publicação do Tetris, um jogo nascido na União Soviética, não seria nem um pouco simples, ainda mais quando os Estados Unidos poderiam estar envolvidos.

Jon S. Baird, diretor do filme, coloca em cena doses da sua visão artística, e dramatização equilibrada para deixar os espectadores mais envolvidos com as articulações negociais em volta de Tetris, logo, apesar de ser sim um filme fiel com a história original, vai haver algumas coisas ali tiradas de uma perspectiva criativa.

Algo que tirou um pouco do brilho do filme foi a ideia de mostrar uma União Soviética como principal vilã durante um momento atual e “conveniente” em que Estados Unidos e Rússia tem se desentendido constantemente. A sensação que fica dentro de uma visão um pouco mais política é de um Estados Unidos certinho demais, quando a gente sabe que não é bem assim. O contexto dos acontecimentos eram capitalistas, ambos os lados estavam pensando no dinheiro. Estou considerando que o filme se baseia na perspectiva de Henk Rogers, e ainda sim, acredito que o roteiro poderia ter sido mais cuidadoso com a representação das soberanias.

Quem jogou e joga Tetris, sabe o quão inteligente e recompensador é o jogo. O conceito, embora simples, exercita “magicamente” a percepção lógica de quem joga através da combinação de formas geométricas. O jogo em si poderia ter recebido mais ênfase no filme, abordar mais sobre seu processo de desenvolvimento, ou até mesmo as características que fazem do mesmo um jogo tão incrível, poderia ter contribuído com uma experiência final mais imersiva.

Tetris é um filme bem divertido, equilibrado em sua narrativa, não forçando uma história excessivamente profunda ou memorável, um escorregão comum em filmes baseados em fatos reais. O elenco apresenta boas atuações, e a direção propõe sacadas que te deixam atento ao filme do começo ao fim, ah… tem um pouco de fanservice, muito bem-vindo, por sinal. No geral, é um filme que vale a pena ser assistido por todos interessados em uma boa história, e principalmente, Tetris.

O filme está disponível na Apple TV+.


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