Hunt the Night é um jogo de ação em estilo retrô que bebe de muitas fontes, mas especialmente do gênero soulslike. O jogo se passa no mundo fictício de Medhram, mundo este dominado por horrores inimagináveis, cujo ciclo de dia e noite foi alterado, fazendo dos mesmos rivais. Um grupo de humanos intitulados “Os Espreitadores” descobriram como lidar com as forças das trevas, assim lidando até certo ponto contra os perigos que o ciclo da noite reserva.
No jogo, você é Vesper uma integrante dos espreitadores, e como tal, deverá enfrentar as criaturas da noite até a morte. Vesper é uma personagem versátil, pronta para se beneficiar de armamentos de corpo a corpo e à distância. O jogo é centrado no seu sistema de combate, a ação é acelerada, possibilitando dinamismo interessante, já que você pode intercalar rapidamente entre tipos de armas, partir para cima ou se afastar das criaturas de acordo com a intensidade do combate, no que diz respeito a enfrentar as criaturas, Hunt the Night faz bonito.
As criaturas possuem padrões diversos, e em sua maioria, são difíceis de enfrentar sem um entendimento do seu comportamento. Não adianta tentar rushar, você vai acabar morrendo. É nessa hora que você percebe a influência do soulslike no jogo, e como morrer faz parte da mecânica. A cada morte, há um aprendizado envolto, houve chefe que eu fiquei um bom tempo enfrentando porque de certo modo precisava morrer para aprender que fazer X coisa desencadeava Y resultado. O sentimento de frustração vem com força, e adianto, Hunt the Night é um jogo difícil, todavia quando tu finalmente derruba um chefe, a sensação de satisfação sobressai a de frustração.
As vezes o nível de dificuldade é pouco recompensador, houve momentos que fechei o jogo pelo menos umas três vezes, pois era tão frustrante que eu pensava: “não vale o esforço, deixa para lá…”, porém ainda sim, o jogo não saia da minha cabeça e era uma questão de minutos depois para abrir o jogo e continuar tentando avançar. É difícil, estressante, e bem… ainda não sei dizer se vale todo o esforço, mas de algum modo, te faz querer continuar tentando… se isso é um fator positivo ou não, o que posso dizer é que depende de quem joga.
Há um bocado de coisinhas disponíveis para mitigar a dificuldade do jogo, porém ainda sim, você deve “sofrer” para poder consegui-las, sua vida, por exemplo, pode ser aumentada desde que você consiga enfrentar determinados tipos de inimigos, mas não é uma tarefa fácil de conseguir quando você não tem armas e/ou vida e também habilidade para isso, entende? Existem armamentos, buffs interessantes e até poderes diferenciados, contribuindo para uma experiência de possibilidades. A verdade é que o jogo te dar boas armas em troca de muito suor, mas ainda sim, não te entrega o jogo, e o seu cognitivo fará toda a diferença.
O jogo não se limita aos combates, há uma quantidade legal de puzzles pelos cenários, uma variedade de NPCs para conversar, e a exploração se faz necessária para o avanço no jogo, que é um negócio legal de se fazer, mas pode ser confuso as vezes devido a ausência de um mapa. Em suma, são aspectos de RPG que dão mais substância para o jogatina.
Houve ansiedade envolvida nesse lançamento, o jogo não teve o merecido polimento, e possui diversos bugs, coisas pequenas, mas que pela quantidade, passam uma sensação de produto mal acabado. Já existe uma promessa de correção de bugs por parte dos desenvolvedores, e acredito que logo mais boa parte dos mesmos serão solucionados.
Hunt the Night não é um jogo para qualquer um, tem uma dificuldade elevada, e apesar de ser um prato cheio para amantes de desafios, o sentimento de frustração desencadeado é perigoso. O jogo instigar você a tentar quantas vezes forem necessárias, até conseguir, e isso é divertido, especialmente quando você entende que a recompensa não está entrelaçada somente ao desfecho de um árduo combate, mas também ao exercício das suas habilidades cognitivas, que é uma recompensa e tanto, inclusive necessária para o avanço no jogo. E aí, pronto para a caçada noturna? Hunt the Night tem aos montes, e repletas de ação e horror.
A cópia do jogo utilizada para essa review foi generosamente disponibilizada pela assessoria de imprensa da DANGEN Entertainment, distribuidora do jogo, a qual agradeço pela confiança.